O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central e caracteriza-se pela desmielinização e degeneração do axônio.
Esclerose Multipla
Trata-se de uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.
Alguns pontos no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização, característica da doença, o que explica os locais com sintomas mais frequentes: o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal.
Nos pacientes de esclerose múltipla as células imunológicas invertem seu papel: ao invés de protegerem o sistema de defesa do indivíduo, passam a agredi-lo, produzindo inflamações. As inflamações afetam particularmente a bainha de mielina – uma capa protetora que reveste os prolongamentos dos neurônios, denominados axônios, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos do sistema nervoso central para o corpo e vice-versa.
O processo de desmielinização interfere na transmissão dos impulsos nervosos, produzindo os sintomas da esclerose múltipla. Ao longo do tempo, diferentes áreas do sistema nervoso central podem ser afetadas, o que pode levar à incapacitação do indivíduo
Sinais e sintomas
Os sintomas da esclerose múltipla estão diretamente relacionados à região do sistema nervosos central afetada. O quadro clínico manifesta-se, na maior parte das vezes, por surtos, que são períodos nos quais os sintomas surgem de forma mais acentuada. Os surtos podem durar dias ou até semanas. Após a ocorrência de um surto, ele pode entrar em remissão, período em que a doença encontra-se controlada.
Os sintomas são diversos e podem aparecer de forma branda ou mais severa.
São sintomas da esclerose múltipla:
- Fadiga (fraqueza ou cansaço);
- Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos);
- nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
- Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla);
- Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade);
- Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios;
- Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;
- Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação);
- Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade
- Alterações na fala
Causas da esclerose múltipla
Acredita-se que o surgimento dessa doença envolva fatores genéticos e a interação com componentes ambientais, ou seja, pessoas que apresentam predisposição genética para essa doença, em contato com determinados fatores ambientais, podem desenvolvê-la. São exemplos de fatores ambientais: algumas infecções, como pelo vírus Epstein-Barr, estresse, tabagismo e deficit de vitamina D.
Diagnóstico da esclerose múltipla
O diagnóstico da esclerose múltipla é realizado por um médico neurologista por meio da avaliação clínica do paciente, com a observação dos sinais e sintomas
São utilizados exames laboratoriais de:
- Liquor
- Ressonância Magnética de crânio e coluna (medula espinhal), a principal ferramenta para o diagnóstico da doenças desmielinizantes do SNC
TIPOS DE ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla tem sido categorizada da seguinte forma:1
- Remitente-Recorrente (muito comum como diagnóstico inicial)
- Progressivo-primária (relativamente rara)
- Progressivo-secundária (metade de todos os indivíduos com esclerose remitente-recorrente desenvolve isto em 10 anos)
- Progressivo-recorrente (relativamente rara)
Infelizmente, a esclerose múltipla não tem cura, mas seu tratamento é muito importante, pois pode barrar a evolução e controlar sua agressividade. Já existem diversos remédios (injetáveis, endovenosos, orais, subcutâneos etc.), e o médico deve avaliar a resposta à medicação, uma vez que cada paciente pode responder de uma maneira.
Além disso, o ideal é que o paciente tenha o apoio de uma equipe multidisciplinar que, além do neurologista, também conte com oftalmologista, fisioterapeuta, gastroenterologista, psicólogo, psiquiatra, urologista e fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista e assistente social.
Entre as mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo que convivem com a esclerose múltipla encontram-se anônimos, famosos, crianças, adolescentes, idosos, adultos, homens, mulheres, enfim, todos os perfis.
É uma doença que acomete adultos jovens, principalmente mulheres. É mais comum em caucasianos do que em outros grupos raciais. Idade de maior adoecimento entre 20 e 50 anos. No entanto, hoje já se realiza cada vez mais o diagnóstico em idades menores, inclusive em adolescentes e crianças. Acima dos 50 anos também há descrição de casos de início da doença.
Crianças
A esclerose múltipla em crianças, é mais grave,
Com surtos mais intensos e mais frequentes. Antes dos 6 anos de vida, ela acomete igualmente meninos e meninas, mas, com o passar dos anos, torna-se mais comum em meninas. A forma clínica mais comum em crianças é a forma remitente-recorrente
Prevenção da esclerose múltipla
A esclerose múltipla também não tem como ser prevenida. No entanto, sabe-se que alguns fatores ambientais podem estar associados ao desenvolvimento da doença em pessoas suscetíveis, devido ao fator genético. Assim, embora não tenha uma forma específica de prevenção dessa doença, bons hábitos de saúde podem ser significativos nesse processo, como manter uma boa alimentação, não fumar, fazer atividade física e aumentar os níveis de vitamina D.
Esclerose Múltipla…
- Não é doença mental.
- Não é contagiosa
- Não é suscetível de prevenção.
- Não tem cura e seu tratamento consiste em atenuar os sintomas
Referências Bibliográficas
- https://www.abem.org.br/esclerose-multipla/o-que-e-esclerose-multipla/
- https://www.hospitalanchieta.com.br/esclerose-multipla/
- https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/sintomas-origem-e-tratamento –
- https://bvsms.saude.gov.br/eu-me-conecto-nos-nos-conectamos-30-5-dia-mundial-da-esclerose-multipla/ –
- https://www.nationalmssociety.org/What-is-MS/What-Causes-MS –
- https://sp.unifesp.br/epe/desc/noticias/esclerose-multipla-2021
- https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla